sábado, 14 de janeiro de 2012

A evolução da espécie!


Curitiba, 19 de outubro de 2.009.


20/10/2009
A evolução da espécie!
Meu pai atleticano, em véspera de Atletiba, enfrentava fila para comprar ingresso, isto horas antes do jogo. Pegava ônibus, ia cedo ao Belford Duarte. Invariavelmente eu o acompanhava, nos meus dez a onze anos, sempre emocionado, agitado para ver meus ídolos com a camisa de listras horizontais rubro-negras, calção branco e chuteiras pretas. Mesmo sem poder ver o jogo direito, pois se misturavam homens, mulheres, crianças, alguns verdes, outros amarelos, azuis e milhares iguais a nós, atleticanos, que nos lances da geral de cimento achava tudo deslumbrante. A aspereza do concreto, o fédito (aquilo que exala ou tresanda cheiro forte e repugnante; fedorento) cheiro de urina, as abordagem dos cambistas oficiais, os famosos e concorridos espetinhos de “gato” entregue “em domicílio” vinham acompanhados do refrigerante quente e, no caso do pai, da cerveja morna servida na própria embalagem. Era um domingo legal. Divertido para o nível de exigência de uma criança de pouca idade, achava que aquilo tudo fazia parte do jogo, da festa, fazia parte do futebol.
Da Baixada lembro-me de jogos menores, contra o Irati, contra o Londrina ou Pinheiros, mas Atletiba só no campo deles.
Hoje, passado alguns anos e graças ao MCP nunca mais pisei no mal cheiroso.
Meu pai também, infelizmente.
A família cresceu, deu frutos e bons frutos - um casal de filhos atleticanos e que juntos da mãe, freqüentamos assiduamente o luxuoso e requintado espaço zem da Arena da Baixada – o Joaquim Américo.
A espécie evoluiu.
A geração Y não sente esta antiga e famigerada atração pelo surrado clássico com os verdes. A rivalidade virou briga de gangs, coisa de bandido e de marginais. Arrastão, quebradeira de ônibus coletivos, insanidade, selvageria.
Com a arquitetura moderna e em processo de se transformar na perola da Copa 2014, a ex-Kyocera Arena e futura “Emirates Arena” simboliza outros tempos. Clássico agora é contra Cruzeiro, São Paulo, Internacional ou Boca Juniors. Sorvetes educadamente são oferecido com a expressão “ ice cream please”, as opções de lanches são dignas de uma praça de alimentação dos melhores shopping da cidade, as telas de plasma nos corredores com jogos de outras praças ao vivo são conforto e segurança para a nova geração atleticana. Banheiros limpos, povo educado. Dá gosto ir a qualquer dia, a qualquer hora a um jogo do meu time, seja qual for o adversário. Pena que meu pai não esteja mais aqui.
A quem interessa alimentar este engodo Atletiba. A imprensa esportiva “marron”. Sensacionalistas que precisam de matérias sangrentas para vender espaços nos jornais e nas TVs. Os despreparados dirigentes ou as quadrilhas das organizadas.
Proponho uma grande sacada de marketing que o Atlético poderia fazer neste final de semana, senão vejamos:
O time está distante do adversário e tem amplas possibilidades de aumentar estes números pois tem feito bons jogos fora de casa, longe da sua torcida.
Há grandes possibilidades de na segunda-feira lermos manchetes de fatos lamentáveis, inclusive com ameaças de punição ao nosso Clube por irresponsabilidade dos outros. Multa de R$ 50 a R$ 100 mil e perda de mando de alguns jogos. (vide interesse dos cariocas...).
Então, a Diretoria, com este dinheiro, e ampla divulgação de algo inusitado -abre a Arena para os sócios, movimenta as lanchonetes, acomoda os torcedores para assistirem pelo PPV que já está funcionando nas TVs dos corredores e ainda coloca nas store urna para coleta doações para o Washington – ídolo atleticano que merece nossa ajuda.
Antes, dá entrada de um boletim de ocorrência na Delegacia comunicando as autoridades policiais, aos bombeiros, aos órgãos de imprensa em geral, que os torcedores sócios do rubro negro não irão ao fétido Couto Pereira no domingo, estarão confortavelmente instalados em seu Palácio.
Há, antes que eu esqueça. Recomendação para terminar o nosso encontro 10 minutos antes do encerramento do jogo, para nossa segurança.



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