sábado, 14 de janeiro de 2012

Morretes um novo lar!

Ideias que se colocadas em prática rendem muito dividendos.

Onde jogar quando fecharem a Arena para obras?
Alternativas: Couto Pereira ou Durival de Britto. Campos dos adversários.
Mas não é simplesmente pagar o aluguel e mandar os jogos em casa alheia. Implica em ter que obrigatoriamente gastar com reformas, adequações, segurança, logistica para uso racional, restrições quanto a espaços comuns a serem divididos, como vestiários, camarotes, placas de publicidades, acesso aos fanaticos, riscos de indenizações sobre vandalismos,  etc...
A estratégia usada pelo Coritiba quando teve que jogar em outro local (por motivo não nobre) foi de se deslocar ao Estado vizinho - Santa Catarina e contabilizou um grande prejuizo financeiro.
Constatação: O time de futebol exige a presença do torcedor, pois ele é fundamental para as dificeis vitorias. O Clube Atletico Paranaense tem sido assim desde que foi fundado, até porque raras vezes montou um time forte que pudesse prescindir dos cantigos de incentivo das arquibancadas. Isto ficou mais flagrante nestes ultimos anos.
Se analisarmos o perfil da "geração arena" podemos captar informações importantes, tais como:
*     Vinte e tres a vinte e cinco mil lugares é a capacidade do estadio;
*     85% desta ocupação são sócios contribuintes que mensalmente pagam R$ 70,00 o que é um valor que por si só exclue a grande massa de torcedores atleticanos e pelos planos para a reforma há indicios que este valor subirá para R$100,00;
*     A média de publico nos jogos na Arena tem sido boa em torno de 14 mil torcedores, considerando campeonatos Paranaense e outros mais atrativos;
*     Não há garantia alguma que usando qualquer um outro lugar manteremos esse número de associados, pelo contrario a possibilidade de redução é muito grande, então devemos planejar acomodações mais simples e menores para este periodo de exilio.

A minha proposta é de se elaborar um plano adequado a essa realidade, ou seja, fazer um elenco enxuto, modesto, se desfazer destes altos salários, de técnico caros e trabalhar no limite do razoável. Não vejo necessidade de se buscar títulos e devemos nos concentramos em concluir o nosso santuário, que depois de terminado será um fator de avançarmos anos luz aos demais clubes no futebol brasileiro.
Escolher a nova casa em Morretes.
Tudo aquilo que iriamos gastar nos campos dos adversarios da Capital, investiríamos em Morretes.

Cidade atleticana, turistica, perto de Curitiba, não possui clube local disputando campeonato estadual da serie A, e que com incentivo municipal, com uma inteligente estrategia de marketing, com parcerias com o comercio local, arregimentaríamos um grande contingente de novos torcedores do litoral e adjacencias.
Investiremos no campo do clube local, caprichando no gramado e nas arquibancadas que podem ser até aquelas moveis do "Farinhaque", enfim adotar o municipio como a segunda casa dos atleticanos. Lotaríamos com certeza em todos os jogo, mantendo a tradição do alçapão. Só que precisaríamos investir bastante no gramado, é essencial para o sucesso do nosso time.
Morretes simpática, acolhedora, é quase um bairro de Curitiba e se fizermos promoções com os patrocinadores do Clube podemos levar um bom público para os nossos jogos. Lembrar que após a Copa de 2014, deixaríamos um legado tambem para Morretes, com um belo equipamento esportivo e talvez fazer desta parceria um novo PSTC.
Prof. Carlos Eduardo Pereira de Oliveira – administrador esportivo

Há Dez anos atrás...




Carlos Eduardo Pereira de Oliveira
Curitiba
2002
apresentação
Ao me deparar com o desafio, já era tarde, pois você ser expectador é diferente de ser participante. Quando me dei conta já estava no segundo parágrafo deste texto que, humildemente, pretende ser um passo em direção a uma nova concepção de gerenciamento esportivo – mais moderno e profissional. De acordo com David McClelland – psicólogo da Universidade de Harvard: “nos empreendedores  há uma força sempre presente e predominante: a motivação para a realização”. Esse elemento psicológico crítico, denominado por ele de  “motivação da realização” ou “impulso para melhorar”, é que talvez tenha me possuído, mesmo que por alguns instantes. Hoje percebo a complexidade do tema mas, ao mesmo tempo, me convenço de que não sou mais um dentre milhões de torcedores apaixonados pelo futebol no mundo. A partir de agora não só torço mas também participo dele como um agente crítico apresentando sugestões. Saio do imobilismo e coloco as minhas opiniões, meus pontos de vista.
Instigado pelo cenário abaixo descrito e respaldado pelos conceitos apreendidos  nos bancos da universidade, no curso de Especialização em Administração Esportiva pela Universidade do Esporte - Pr., desenvolvi uma proposta que busca uma alternativa econômica para colocar os Clubes, as instituições esportivas numa situação de vanguarda,  iniciando-as em suas mudanças administrativas empresariais.
O princípio deste estudo está na diferença absurda entre as estruturas técnico-administrativas que alguns clubes apresentam em comparação com a grande maioria que compõem o grupo da 1ª.  Divisão do futebol paranaense.
Ao analisar essas diferenças percebe-se que isto afeta diretamente o sucesso do Campeonato Estadual que, segundo alguns críticos, deveria ser extinto, esquecendo eles da história de quase 89 edições ininterrupta (desde 1915).

A “fina flor” da sociedade curitibana se fez presente, bem como muitas autoridades civis e militares, destacando-se o Presidente do Estado Dr. Carlos Cavalcanti e o Alcaide Dr. Cândido de Abreu.
O marcante acontecimento social e esportivo, teve solenidades e discursos no meio do campo, da então Praça de Esportes do Internacional F.C., no bairro Água Verde. As caleças ficaram estacionadas na praça fronteiriças ao estádio, onde os cavalos tinham grama para pastar e os cocheiros sombras acolhedoras de árvores. (o jogo inaugural descrito por jornalista da época.[1])

Existem inúmeras causas, que devem ser estudados com muito critério. “Um problema tem sempre vários ângulos para ser analisado e nem sempre pode ser representado por uma única pergunta. Ao se tentar, percebe-se a sua complexidade”. (Anônimo)
A análise e o descobrimento das entranhas do futebol paranaense sugere vários ângulos de visão não só dos problemas como das possíveis soluções, senão vejamos:
A visão sociológica – quando o jogo de poder (conforme Pierre Bourdieu, Norbert Elias entre outros) dá margens para discutir a perpetuação dos dirigentes nos Clubes e na própria Federação Paranaense de Futebol - suas razões e conseqüências. De acordo com Elias,

para melhor compreender a problemática sociológica, é preciso um  trabalho de reorientação da compreensão do termo sociedade, onde teremos que diluir a idéia de que a mesma é composta por estruturas que nos são exteriores e que os indivíduos são “rodeados” por ela, avançando para o conceito de “teias de interdependências” ou configurações, o que no limite nos encaminha para uma visão mais realista das disposições e inclinações das pessoas em suas variadas maneiras de relação[2].

Já Bourdieu faz uma referência importante sobre a “sociologia do esporte” quando alerta que para “compreender um esporte, qualquer que seja ele, é preciso reconhecer a posição que ele ocupa no espaço dos esportes... é preciso relacionar esse espaço de esporte como o espaço social que se manifesta nele” (GEBARA, Ademir. Norbert Elias & Pierre Bourdieu: novas abordagens, novos temas. Coletânea. VI Congresso Brasileiro de história do esporte, lazer e educação física.).
Ou seja, avaliar o futebol, por exemplo, dentro do contexto do próprio futebol inserido na sua comunidade, os seus efeitos e as modificações que ele provoca nesta comunidade.
A visão legalista – quando se vive o momento histórico da implantação de leis revolucionárias no futebol, impondo a transformação das entidades de práticas esportivas em sociedades comerciais ou sociedade civil com fins econômicos;
A visão mercadológica – quando se percebe a importância do futebol, dos clubes e do campeonato como produtos para grandes e vorazes consumidores.
O objeto de estudo pode ser ainda explorado pelo lado acadêmico, quando se firma no cenário nacional uma das primeiras e melhores Universidades voltadas exclusivamente para o esporte – a Universidade do Esporte (U. E.) formando Administradores Esportivos não só a nível técnico como principalmente especialistas, como no curso de Pós-Graduação.
Cabe àqueles que se interessarem, explorar estes e/ou outras vertentes deste estudo.
 A minha opção prendeu-se ao uso e aplicação do marketing esportivo como ferramenta de análise.
O presente trabalho foi estruturado para melhor compreensão dos que por ele se interessarem em tópicos assim descritos:
A Introdução trata de um descritivo sobre a situação lamentável em que se encontra o futebol brasileiro, passando por um relato superficial à respeito do futebol paranaense. Faz um alerta sobre as possíveis causas e sugere algumas  necessidades, apontando para a opção, mas de forma genérica. Aproveita ainda para caracterizar as dependências das parcerias e dá uma indicação sobre a estratégia a ser utilizada no encaminhamento de possível solução ao problema. No capítulo I continua a denuncia envolvendo mais a regionalização das preferências clubistas e denuncia uma tendência desastrosa caso não seja tomado nenhuma providencia. Questiona as razões e leva o leitor a uma reflexão sobre as alianças necessárias e importantes. No capitulo seguinte confronta com alguns exemplos de sucesso no futebol internacional demonstrando que as características encontradas atualmente no futebol paranaense remete a uma alternativa prática e decisiva. Já no capítulo III se define a proposta tal como ela é e suas fases de execução, mostrando os benefícios obtidos por cada parceiro de forma clara e inequívoca. A conclusão, no último capítulo, procura deixar portas abertas a outras possíveis especulações a respeito do tema e convida ao empreendimento.

Introdução

A crise que afeta o futebol brasileiro tem inúmeras razões e se revela de forma inequívoca no estado de falência dos clubes mais tradicionais. Essa crise influi nos campeonatos e nos torneios que são realizados as pencas e que mesmo falidos ainda insistem em se manterem mediante fórmulas arcaicas e obsoletas revelando o despreparo dos nossos dirigentes. As dificuldades técnicas e econômicas que o Campeonato de Futebol Paranaense vem atravessando nos remetem a oferecer uma alternativa prática para o resgate dos grandes jogos. Enfocamos a necessidade de se  usar ferramentas e técnicas gerenciais modernas e adequadas para atingirmos a qualidade e a eficiência  nos clubes de futebol profissional, em especial os do Paraná. Esta qualidade é buscada pela transformação dos clubes em empresas como preconiza a legislação atual. Este trabalho realizado através de estudo teórico, observações nas administrações dos clubes e entrevistas com personagens do futebol paranaenses mostra que é possível oferecer uma alternativa para transformar o campeonato paranaense num empreendimento lucrativo. A escassez de recursos é o ponto em comum da grande maioria dos clubes brasileiros e os do Paraná  não são exceção, em parte como reflexo da própria situação econômica do país, acrescente-se a esse quadro “a falta de novas idéias, com práticas arcaicas  e o que se vê é uma situação de penúria, em que as transformações ocorrem timidamente, distante daquilo que poderíamos considerar ideal”. (BRUNORO, José Carlos, AFIF, Antônio. Futebol 100% profissional.)
Até os dias de hoje o futebol passou por vários estágios, conforme Brunoro identifica:

Dentro de campo, o progresso é incontestável, mas o mesmo não acontece na forma como é dirigido e organizado. Enquanto assistimos pela televisão aos principais campeonatos do mundo com estádios lotados, por aqui constatamos um público reduzido, obrigado a conviver, ainda, com um calendário inchado e uma série de torneios que não foram totalmente assimilados pelos torcedores. O modelo adotado pelo futebol brasileiro não atende à maioria dos clubes, e é muito prejudicial aos atletas[3].

Diante dessa situação, poucas agremiações conseguem equilibrar os gastos e a receita. É preciso que os campeonatos tenham como princípio abrigar equipes de níveis técnicos semelhantes e que também possam despertar o interesse do público.
O futebol, para se modernizar, precisa ser analisado como um todo. Ele precisa ser tratado como um produto que está à venda e, como tal, deve atender às preferências do consumidor, cuidar da qualidade e da imagem.
O objetivo é tornar lucrativo o Campeonato Paranaense e a Federação Paranaense de Futebol, como instituição responsável pela sua realização, deve aproveitar o momento atual onde as pressões do mercado (aqui podendo ser entendido pelo torcedor; pela mídia; pela própria reformulação da legislação esportiva) empurra em busca de soluções inovadoras.
Devemos tratar o Campeonato Paranaense como um “Evento” de caráter esportivo do tipo permanente (que é aquele que ocorre periodicamente) e como uma “atividade econômica”, ou seja com uma visão técnica, isto é, com planejamento, programação, execução e o monitoramento de uma seqüência de atividades destinada a um público específico e realizada em locais próprios. E com uma visão de negócio que gera uma série de benefícios para as empresas (clubes e federação), para os patrocinadores, para as cidades, para os comércios locais, restaurantes e hotéis, enfim, para a comunidade.
O evento pode e deve oferecer opções de comercialização, que são os produtos agregados, tais como:
Patrocínio ou co-patrocínio
- através de agências de propaganda ou empresas de promoção do patrocinador;
- diretamente pela área de marketing ou promocional do patrocinador.
Direito de uso da marca do evento
- campanhas promocionais e ações de propaganda e publicidade.
Licenciamento
- empresas licenciadas que comercializam seus produtos com a logotipia do evento.
Venda de espaços
- comercialização e promoção de produtos e serviços.
Publicidade no local do evento
- peças promocionais instaladas estrategicamente no local do evento.
Permuta por produtos / serviços
- produtos ou serviços a serem utilizados no evento.
Observe-se que em uma empresa comercial os objetivos do negócio são:
*     Lucratividade
*     Crescimento de vendas
*     Crescimento da participação de mercado
*     Redução de risco
*     Inovação
*    Reputação

Diz Neném Prancha – filósofo folclórico do futebol brasileiro – “Em futebol, o pior cego é aquele que não acerta a bola”. Está aí mais uma verdade em forma de parábola, pois na Administração Esportiva é cego aquele que não percebe as oportunidades.
Não percebe que existem ferramentas à mão das quais ele pode fazer uso, pois o próprio evento, por si só, é um desses instrumentos, ou seja;
- ele atinge o público – alvo desejado –que é o torcedor;
- divulga a sua marca;
- promove o seu produto;
- potencializa suas vendas e,
-contribui para a expansão e conquista de novos mercados.

O Campeonato é uma ferramenta de Marketing  pois tem a capacidade de juntar o negócio do patrocinador com os consumidores potenciais em um ambiente interativo.
O  Campeonato como ferramenta de promoção consegue:
- ajudar na divulgação da marca do patrocinador;
                               - contribui para uma melhor posição da marca no mercado;
- contribui para o aumento de vendas;
- serve para testes do produto;
- serve para instrumento de pesquisa no mercado;
- serve como estratégia de expansão de mercado.

Ao se propor uma alternativa lucrativa para o campeonato estadual, no Paraná, objetivando atender os propósitos de um empreendimento comercial, já que devemos encarar como um negócio, teremos, sem dúvida, que contar com a participação de alguns componentes extremamente importantes que fazem parte deste contexto de cujas ações o projeto é dependente:
q Da vontade política da atual Presidência da Federação Paranaense de Futebol, pois dela dependerá a implantação, a coordenação, a contratação dos profissionais que compõem o grupo executivo e o respaldo legal e institucionais para materializar a proposta.
q Da visão estratégica e arrojada dos dirigentes dos três clubes da Capital, visto serem eles os responsáveis para a formação de um dos pilares da idéia, conforme veremos a seguir.
q Da determinação da administração da Universidade do Esporte em participar de um projeto ousado mas exeqüível, colocando a sua produção científica a serviço da sociedade, fazendo valer as suas tres premissas de “EXCELÊNCIA EDUCACIONAL – EXCELÊNCIA SOCIAL – EXCELÊNCIA CIENTÍFICA” e os seus objetivos:
v Incentivar e promover a busca de novos talentos em todas as manifestações do esporte, estimulando a participação ativa de atletas expoentes da comunidade;
v Valorizar os esportes ...
v Possibilitar que a iniciativa privada participe do desenvolvimento social da comunidade, através de parcerias com o setor público;
v Incrementar e desenvolver novas tecnologias que possibilitem a qualificação dos interessados quer seja mediante a exigência presencial quer seja à distância;
v Propor a realização de estudos e pesquisas em áreas que subsidiem a temática de aperfeiçoamento e desenvolvimento do esporte e do lazer;
v Avaliar os resultados da qualificação e os impactos de melhoria do ensino e da prática desportiva;
v Promover encontros ou seminários a partir da identificação de necessidades;
v Executar cursos profissionalizantes, de extensão e especialização na área de esportes, em parceria com instituições de ensino e empresas privadas.
q Da percepção da mídia sobre o potencial de variações que o projeto possui para que seja atingido mais torcedores, mais consumidores, mais receita, enfim o objetivo do negócio que é a lucratividade.
q Do engajamento dos Presidentes de Clubes do interior em participar de uma fórmula que resgatará a dignidade esportiva do seu Clube promovendo uma modernização na estrutura e implantando uma administração profissional. Com isso atraindo,conquistando e ampliando o seu maior patrimônio, que é o torcedor.
q Da participação efetiva e compreensiva da torcida paranaense para com o proposto sabendo que a busca pela transparência bem como o seu envolvimento nos negócios do futebol trará num curto prazo de tempo uma nova e saudável forma de torcer. Mais apaixonante, mais prazerosa  e mais rentável.

Na Europa vários clubes em decadência só puderam se reerguer a partir do momento em que romperam laços paternalistas e amadores, adotando posturas mais profissionais em sua organização, amparadas por estratégias de marketing bastante eficazes e com consultores financeiros de alto nível, que mostraram que um forte elenco de jogadores pode gerar muitos dividendos no mercado de ações da Bolsa de Valores.
Uma das estratégias de maior importância para o êxito da implantação e manutenção do projeto sem dúvida é a aplicação do marketing esportivomarketing aplicado ao esporte, no caso o futebol e em especial o futebol paranaense. “É inútil dizer a um rio para parar de correr; a melhor coisa é aprender a navegar na direção em que ele corre.” (anônimo)
Entendo que se os dirigentes esportistas criticam o Campeonato Estadual de Futebol, a saída não está, de forma alguma, na sua extinção. O melhor é conhecê-lo e propor uma nova forma de administrá-lo, oferecer um mecanismo que o torne rentável, participando do seu gerenciamento de forma  profissional e científica.
Para tanto o Planejamento e a Gestão Estratégica devem ser intensamente buscado. “Planejamento Estratégico entendido aqui como um  processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação razoável entre os objetivos e recursos da empresa e as mudanças de oportunidades de mercado”. (CONTURSI, Ernani Bevilaqua. Marketing Esportivo.)
Planejamento é a chave de qualquer atividade potencialmente lucrativa.
Estes propósitos estão sem dúvida contemplados  neste projeto como veremos.


O objeto de estudo em tela diz respeito à “desvalorização gradativa do Campeonato Estadual Paranaense de Futebol Profissional” nestes últimos anos, isto perante a imprensa, perante os patrocinadores e principalmente junto aos torcedores.
A Federação Paranaense de Futebol, órgão máximo que comanda o futebol no Estado, organiza e programa o campeonato apresentando-o aos clubes. A tabela vai sendo preenchida rodada a rodada sem a preocupação com o crescente abismo que vai se formando entre as equipes da Capital (Atlético, Coritiba e Paraná) e as do interior do Estado. Antes do seu início jornalistas especializados ocupam horas e espaços na mídia para criticar a fórmula, o processo, as regras, numa verdadeira crucificação do torneio. Criticam-se os dirigentes, os clubes, os árbitros, enfim tudo que se refere ao evento, contrariando os princípios do marketing e as leis de mercado.
Também os clubes não ajudam na promoção daquilo que é a essência do esporte, que é a competição. Declarações infelizes dos “cartolas” prejudicam a imagem quando afirmam não ser compensador investir nas contratações e no fortalecimento dos times, visto o desinteresse dos torcedores, a pouca freqüência do público, as dificuldades financeiras etc. Isto afasta o torcedor, o patrocínio e as chances de sucesso.
Os clubes do interior vão se arrastando, contraindo dívidas, cumprindo um ritual macabro de mais uma vez se afundarem em ações judiciais indo até a falência. No outro campeonato trocam o nome da instituição, novo CGC e começam tudo novamente.
Um ou outro consegue revelar um jogador na temporada, mas este pertence a um diretor, a um empresário nunca trazendo lucro para o clube. Estes empresários de jogadores, com raras exceções, são verdadeiros “especuladores” que intermedeiam negociações entre o clube e o atleta elevando o custo das transações, inflacionando o futebol. Este assunto mereceria um capítulo à parte na análise a respeito da crise pelo qual passa o futebol brasileiro. Queremos, no entanto, deixar esta observação como um registro sobre esta nebulosa indústria especuladora que se instalou em muitos clubes cujas contratações e transações milionárias são alvos de investigação.
Não temos dúvida que a falta de transparência afastou o torcedor. O futebol é um patrimônio público e deve ser cuidado com muito zelo, como um bem caríssimo por aqueles que se dizem responsáveis por ele. Antonio C. K. Aidar descreve este sistema esportivo responsável, como

um sistema de instituições e agentes diretamente ou indiretamente ligados à existência de práticas e de consumo esportivos, que são:
Ø  Agrupamentos esportivos (clubes, ligas privadas, CBF – Confederação Brasileira de Futebol-, FPF –Federação Paranaense de Futebol- etc.);
Ø  Produtores e vendedores de bens necessários à pratica do esporte (chuteiras e equipamentos esportivos – Nike, Adidas etc.);
Ø  Produtores e vendedores de serviços diretos necessários à pratica do esporte (professores, treinadores, médicos especialistas etc.);
Ø  Produtores e vendedores de espetáculos esportivos e bens associados (foto dos campeões, loteria esportiva, transmissões pela TV, etc.)[4]

Os estádios estão cada vez mais vazios também porque o público desconfia que está sendo enganado por maus dirigentes, por maus juízes, por maus jogadores (recentemente um jogador famoso declarou que o clube finge que lhe paga e ele finge que joga), enfim, falta seriedade na condução dos destinos do “esporte bretão”.
Quanto à questão central- o campeonato estadual, observa-se que, da forma como tem sido concebido, ao contrário do que deveria ocorrer, ele tem contribuído para corroer o sentimento pátrio do torcedor, pois tem feito com que os moradores das cidades do interior  paranaense, em sua maioria, torçam pelos times de outros centros num processo de “desnacionalização” e porque não dizer de perda da identidade para com as coisas da sua cidade. “O futebol identifica as pessoas, seja pela origem que o liga a grupos próprios, seja porque cada clube não é objeto de compra ou de venda, o que o torna preso a um lugar, reforçando o laço de identificação”.
Taylor (1998) lembra que:

 o futebol representa uma válvula social para inúmeros jovens e adultos, uma espécie de nutrição psicológica que possibilita o senso da vitória, do sucesso, do reconhecimento e da identificação para estas pessoas. Portanto ao lhe negar essa possibilidade ele procura em clubes de outros centros a sua identificação. Quando se deixa de considerar essa ligação primária entre torcedor e clube, o poder da torcida pode perder a intensidade, acarretando uma perda de valor global do mercado futebolístico[5].

Percorre-se a região sudoeste e encontram-se gremistas, colorados (torcedores do Grêmio e Internacional estes do Rio Grande do Sul), palmeirense, santista e corinthianos. Isto também é verificado em Maringá, Londrina, Umuarama, Ponta Grossa e Paranaguá com fanáticos torcedores do Flamengo, do Vasco entre outros. Que prejuízo irreparável para os nossos clubes. Os times do Rio Branco, do Cascavel e do Maringá precisam, assim como todos os outros, que os parnanguaras, os cascavelenses e os maringaenses torçam por eles, sintam orgulho das suas cores e invistam neles, fortalecendo a própria economia local. Cabe a reprodução de trechos de uma coluna de um dos mais respeitado analista do futebol paranaense, o jornalista Luiz Augusto Xavier, datado de 17/02/2003 escrevendo a respeito das primeiras rodadas do Campeonato Paranaense 2003, para ser ter idéia da contemporaneidade do tema:

E desta vez enfrentaram adversários tradicionais, que fazem parte da história do futebol paranaense e que se mantêm uma fidelidade às cores e às tradições estabelecidas no passar dos anos. Iraty, Rio Branco e União Bandeirantes têm histórias para contar. Já houve tempo em que decidiam campeonatos, armando fortes e temidas equipes, praticamente imbatíveis em suas bases[6]. 

Mais adiante alerta o jornalista:

Nem mesmo esta quinta geração do outrora glorioso Grêmio Maringá, que a cada ano ganha uma identidade nova, um CGC novo e um número cada vez menor de torcedores – e como era grande e entusiasmada a “torcida guerreira” que tanto se empolgou com aquele “Galo” antigo, três vezes campeão paranaense e com título brasileiro no currículo[7].

A propósito das tradições e do envolvimento do torcedor, Xavier vai mais fundo quando afirma:

O Cascavel também é outro camaleão (referindo-se ás constantes mudanças de nome e cores) ... Mas parece não andar lá essas coisas, acumulando derrotas e a incômoda última posição do campeonato. (...) A continuar assim, o pessoal da região vai preferir mesmo é continuar torcendo pelo Grêmio e Internacional, que é só o que interessa pelas bandas de lá[8].

Campeonato mais forte e melhor organizado resulta em melhores rendas, fortalece o clube, o público fiel e fanático gera mais consumo, ocorrem mais vendas de camisetas, de bandeiras. Espetáculos entre o time local e o de outros centros provoca rivalidade (saudável) e aumenta o consumo de tudo que diz respeito ao futebol. Fortalece o comércio local, tais como: hotéis, restaurantes, aumentam a leitura de jornais em busca de notícias sobre os seus craques, enfim se processa uma injeção considerável na economia de uma cidade.
De acordo com Brunoro:

o relacionamento torcedor-clube é um patrimônio que se valoriza conforme as seguintes variáveis:
·       Quantos torcedores o clube tem;
·       Qual é o retorno de um jogo;
·       Quantas pessoas adoram este clube e qual a intensidade desta devoção;
·       Qual é a expansão demográfica dos torcedores[9].

Ou seja, quanto mais torcedor um clube tem, a sua distribuição geográfica e a intensidade desta paixão são reflexos da grandeza de um clube, pois esse é o seu  maior  patrimônio, aumentando-se as chances dele se tornar e de manter  um clube “rico”, enfim, trata-se de um grande objetivo a ser alcançado.
É sobre esse patrimônio que todos os outros clientes (TV, patrocinadores etc.) estão atentos.
Porque não temos um campeonato atraente ?
O “xis” está no desequilíbrio técnico, físico e administrativo das equipes. Na desorganização profissional dos times.
A ausência de organização nos departamentos de futebol, o despreparo do pessoal técnico–administrativo, a falta de estrutura mínima, tais como: de alojamento, alimentação, médica- ambulatorial, as inexistências de um departamento de marketing,  jurídico e principalmente de um departamento amador que cuide das categorias de base, isto tudo tem contribuído para que as diferenças com os clubes da Capital provoquem este desequilíbrio.
Mas se pudéssemos reestruturar os clubes chegariam próximo ao equilíbrio e por tanto teríamos um campeonato forte. Devemos entender isto como um processo, um desafio a ser vencido de forma gradual e organizado.
Times fortes- clubes fortes e daí surge o ídolo e este provoca o sentimento de orgulho na cidade, na região, resgatando a consciência de que ali também existem os ronaldinhos, os robinhos e klebersons cujas presenças fazem encher os estádios. Os torcedores do time local sentem que a conquista do campeonato é uma conseqüência e não um acaso.
A proposta visa o fortalecimento dos clubes que participam do campeonato paranaense e não é só de atletas mas também de estrutura física, material e de profissionais qualificando-os através da parceria com instituições de ensino superior como a Universidade do Esporte, promovendo assessorias, palestras e prestando consultorias aos clubes.
O primeiro e grande passo é o de sensibilizar as forças vivas do esporte do nosso Estado que tenham interesse em participar de um projeto desta  magnitude. Dirigentes, políticos, atletas, jornalistas, profissionais das mais diferentes áreas, professores e as instituições públicas e privadas e principalmente os torcedores.
E todos deverão estar comprometidos com essas premissas:
Regra n°.01      - Transparência nas atitudes;
Regra n°.02      - Seriedade;
Regra n°.03      - Honestidade;
Regra n°.04      - Dedicação
Outras  regras: -Dedicação, dedicação, dedicação,...

Capitulo II – A fundamentação
 
De acordo com a FIFA, o futebol mundial movimenta cerca de US$ 250 bilhões por ano e no Brasil, (celeiro de craques, exportador de atletas, pentacampeão mundial) os 24 principais clubes profissionais afundam em dívidas que, somadas, superam mais de US$ 500 milhões.
Entre as causas principais escolho para fundamentar este trabalho – o despreparo e a ignorância dos gestores do negócio chamado futebol.
A marca futebol é muito forte e atinge milhões de pessoas, pois, afinal, é difícil encontrar algum brasileiro que não tenha paixão por algum clube.
Este torcedor é a razão do espetáculo, cabendo aos gestores, os dirigentes, o desenho de fórmulas a fim de encantá-lo. Para tanto é preciso inovar visando surpreendê-lo. “Já não basta satisfazer o cliente, é preciso encantá-lo” (KOTLER, Phillip. Princípios de Marketing.)
Por mais que uma agremiação conte com diretores abnegados, somente um profissional da área de marketing tem condições de executar plenamente os trabalhos e as tarefas do dia-a-dia. Cabe aos diretores do clube supervisionar o setor, analisando propostas, discutindo contratos com o departamento jurídico, observando a qualidade dos produtos candidatos ao licenciamento e buscando alternativas no combate à pirataria dos artigos.
Tratar a administração do clube e/ ou da federação com profissionalismo é dar a essa atribuição a importância que ela merece, senão vejamos: só no item licenciamento há um grande passo a ser dado, mas com muito cuidado e utilizando-se exemplos (adaptados) de sucesso, como por exemplo o japonês. Naquele país, o futebol é organizado pela Japan League, que é a federação de futebol. É por meio da J. League Pictures, divisão de marketing dessa federação, que os produtos de todos os times são licenciados e as cotas de televisão são negociadas. Essa estratégia vem tendo muito sucesso, já que oferece às equipes mais do que arrecadam com a própria venda de ingressos.
Outro exemplo da importância do MKT no futebol, vem da Europa, tida como importadora de craques, principalmente brasileiros, os clubes do velho mundo sabem  que a presença de grandes astros em suas equipes significa aumento de faturamento, senão vejamos: a Inter de Milão depois de contratar Ronaldinho o clube teve elevação de 30% na venda de carnês antecipados dos seus jogos, rendendo mais de 12 milhões de dólares, ou seja, quase a metade do valor pago pela transferência do jogador brasileiro.
A nova geração de dirigentes, respaldados por administradores profissionais, formados por instituições de ensino superior, poderá oferecer as alternativas de tirar estes clubes e o futebol brasileiro desta triste situação de dificuldades.

Para levar nossas paixões brasileiras ao mesmo patamar de forças mundiais como: Ajax, Real Madrid, Manchester Unitd, Barcelona, entre outros –pois temos o principal em toda linha de produção, a matéria –prima -, é necessário repensar o conceito do futebol, sob todos os seus aspectos, em busca da esperada competitividade sem a destruição do produto[10].

O caminho é fácil de ser visualizado, sendo necessária para a sua execução uma união de todos os envolvidos no processo: governo, clubes, jogadores, dirigentes, torcedores, técnicos, juízes e a mídia na manutenção da magia do esporte, o que se traduz em dinheiro, que alimentará o desenvolvimento do esporte, havendo uma limitação à procura desenfreada do lucro ou se irá minar a perpetuação da espécie futebolística.
Conforme a afirmação de Pelé:

– a transformação do futebol em uma atividade que ultrapassa os limites da disputa esportiva para ganhar contornos de negócio não pode ser desperdiçada por um país carente de recursos e de políticas sociais de grande impacto”. Sem dúvida não podemos nos dar ao luxo de negligenciarmos uma industria que controla bilhões de dólares no mundo por ano[11].

Para o rei do futebol

na esteira da construção dos estádios, da organização dos torneios, da produção das linhas de licenciamentos e da assessoria aos atletas é que seriam abertas centenas de milhares de novos empregos, gerando renda, que se multiplicaria a cada nova rodada, a cada nova temporada. Renda que chegaria às categorias de base, em projetos que acabariam beneficiando parcerias entre clubes -empresas e escolas e comunidades carentes. Seria a revolução social da alegria movida pela paixão pelo esporte[12].

Os empregos a que Pelé se refere, no Brasil atual são bastante diversificados e com a profissionalização do esporte, também estes profissionais tendem a se especializarem: consultores especializados em futebol, tendem a prestar consultorias aos clubes-empresas, as federações e instituições responsáveis pela coordenação dos campeonatos. Os nutricionistas, advogados, fisioterapeutas etc, todos encontram oportunidades no futebol profissional. Nas áreas de ensino, como a Universidade do Esporte poderão ser desenvolvidos cursos voltados ao futebol, tais como o Direito Esportivo (em franca expansão devido às novas legislações), a Medicina Esportiva, as áreas de Marketing, Financeira, Relações Públicas, Assessoria de Imprensa, Informática etc.
No futebol profissional a passagem da estrutura organizacional federativa e clubes associativos para nova mentalidade de clube-empresa já estão produzindo calafrios nos atuais dirigentes e nos torcedores brasileiro.
Empurrado pelas Leis n°. 8.672, de 6-7-1993 (Lei Zico) e 9.615, de 24-3-1998, denominada de Lei Pelé e as determinações da Medida Provisória n°. 2.193-6/2001, de 23-8-2001, os dirigentes atuais, com raras exceções, sentem-se ameaçados e incompetentes para encontrar alternativas viáveis que transformem seus “elefantes brancos” em empresas lucrativas e enquadradas nas novas determinações legais. Isto vale para os clubes esportivos, para as federações, confederações, ligas, etc.
Trocar o amadorismo que prevalece nestas administrações pelo profissionalismo é sem dúvida imperativo e um grande desafio e não pode ser feito por uma só pessoa, por uma decisão unilateral de um dirigente, terá que ser um esforço coletivo de todas as forças esportivas do Estado e de forma coordenada.
Mudar a ótica obtusa e secular de que os adversários de  dentro das quatro linhas são inaceitáveis como parceiros fora do campo de jogo é um dos primeiros desafios, assim como aceitar que o torcedor e sua paixão podem e devem participar ativamente das decisões do seu clube, transformando-os em consumidor voraz de tudo aquilo que o futebol pode produzir.
Na nova ordem do futebol profissional paranaense o carro-chefe passará a ser o Campeonato Estadual e os personagens participam com um único objetivo: o lucro.
Ser campeão passa a ser um detalhe a mais, pois todos os integrantes saíram ganhando: dinheiro, experiência, organização, profissionalismo. Um verdadeiro negócio na acepção da palavra.
Na Inglaterra com 92 clubes -empresas e quatro divisões o “sucesso” pode não ser conquistar a Premier League, mas sobreviver nela com uma lucratividade sustentável no curto e médio prazo.
Uma gestão empresarial implica no uso de alguns procedimentos importantes como: planejamento pautado em variáveis econômicas e captação de receitas garantindo rentabilidade dos negócios. Indo além dos limites do gramado, passando pelo vestiário, percorrendo as salas de fisioterapia, a concentração e o centro de treinamento, chegando nas diretorias, tudo isto deve sofrer profundas mudanças.
Uns poucos estão se preparando mas a grande maioria não se sente em condições administrativas, físicas, financeiras para ingressarem neste rol dos clubes-empresa.
Atualmente são flagrantes as diferenças dos níveis entre essas equipes, e em particular no Estado do Paraná, onde temos o chamado “trio de ferro”: Atlético/Paraná Clube/Coritiba, que ainda mantêm uma condição melhor que as demais equipes paranaenses. Isto tem feito deles participantes cativos das finais dos campeonatos estaduais. Ao contrário da maior parte dos outros mercados, em que o sonho de um produtor individual é ficar sozinho no mercado, no futebol o sucesso de um clube está totalmente vinculado ao sucesso de seus concorrentes.
Quanto mais disputa, maiores receitas.
Se por vários anos o mesmo time ou, como no caso do futebol paranaense –um dos três da Capital – for campeão sem disputa acirrada, o torcedor perderá o interesse pelo futebol. Diz Szymanski e Kuypers (1999:247-8) que

a competição entre os esportes coletivos não é possível sem cooperação entre os competidores, e este fato básico torna os esportes coletivos companhias singulares no mundo dos negócios. Um esporte coletivo competitivo não pode ser produzido e vendido ao público a menos que dois times concordem em jogar. No futebol os clubes têm de cooperar e competir[13].

Há de se considerar que, sem levar em conta as tradições e a potencialidade das suas torcidas, no Paraná, temos os três clubes da elite do futebol brasileiro (até porque disputam a primeira divisão nacional) o Coritiba, o Paraná Clube e Atlético Paranaense considerados como grande e os demais poderiam ser considerados, a título de análise estrutural, como times pequenos e médios.
Assim raciocinando temos uma desigualdade bastante acentuada que em muito tem prejudicado a todos, inclusive os grandes, pois tira todo o interesse nas disputas entre estes, causando prejuízos financeiros ao Campeonato Estadual.
Como diz Martin Edwards, presidente do Manchester Unitd, clube mais rico do futebol mundial, “a força de um campeonato é a força de seu time mais fraco” (EDWARDS, Martin. ), dá uma idéia da importância do equilíbrio. Para que isso possa ocorrer é preciso modernizar as relações interclubes propiciando vantagens econômicas- financeiras e transformar torcedores de mero expectadores em acionistas do futebol, esta é a “surpresa”.
Propor uma nova concepção de dirigir o futebol paranaense. Uma parceria institucional formal e criativa entre os clubes. Lavra-se um pacto para a promoção e reerguimento do campeonato estadual e o ressurgimento das grandes equipes do interior do Estado.
Ponto fundamental para ocorrer este milagre: o equilíbrio de força entre os participantes do campeonato.

Quando duas equipes similares se encontram, todas as outras coisas sendo igual, você poderia esperar um público maior do que quando uma equipe forte joga com uma mais fraca, porque o interesse público é estimulado pela incerteza do jogo (...) Todo resto sendo igual, quanto mais times em condições de ganhar o campeonato (e de serem rebaixados), mais atrativos os jogos do campeonato se tornam[14].

De 85 a 97, segundo pesquisa publicada pelo jornal O Estado do Paraná, a média de público no Campeonato Paranaense não chegou a 3.000 torcedores, com queda verificada de ano a ano, chegando em 1997 atingir a insignificante marca de 2.151 expectadores.
Causas ?
Podemos arrolar algumas destas causas, no mais puro e arriscado ato de empirismo, visto não ter sido feito nenhum aprofundamento a respeito:
Ø  Amadorismo inerente na maioria dos clubes;
Ø  Tabelas pouco objetivas;
Ø  Hegemonia do Paraná Clube (num determinado período)
Ø  Enfraquecimento dos clubes do interior.

Sobre este último item, verificou-se o enfraquecimento devido ao desaquecimento de setores econômicos, em especial a agricultura, abalando o poder aquisitivo dos seus torcedores e dos mecenas que nas décadas passadas sustentaram os clubes, incentivados por interesses políticos e pessoais. Clubes como o Cascavel e Grêmio de Esportes Maringá, campeões regionais nas décadas de 70 e 80, suspenderam suas atividades em decorrência de dívidas. (má gestão administrativa).
Por que não temos um campeonato com a participação do Arapongas; 9 de julho (Cornélio Procópio); Platinense (Santo Antonio da Platina); União Bandeirantes; Grêmio de Maringá; Portuguesa Londrinense; Rolândia; Cascavel; Toledo; Paranavaí; Goioerê; Umuarama; Foz do Iguaçú; Marechal Candido Rondon; Batel (Guarapuava); Malutron (São José dos Pinhais); Araucária; Lapa; Irati; Matsubara (Cambará); Rio Branco (Paranaguá); Colombo etc., todos num mesmo nível técnico–organizacional, fortes e competitivos ?
Que belo campeonato nós teríamos.
Difícil ? Não, basta bom senso amparado em uma consciência política dos dirigentes, deixando de lado a vaidade corrosiva e largamente praticada. Essa visão pode ser adaptada conforme a necessidade local visando não ceifar mercados potencialmente consumidores de esporte. E todas essas cidades têm o fundamental que é o apaixonado torcedor.
Há de se mudar as administrações destes clubes que deverão ser entregues à pessoas formadas em administração esportiva por instituição de ensino especializadas, em busca da não repetição dos erros de décadas passadas.
O mercado brasileiro possibilita aos investidores um público de 150 milhões de torcedores- consumidores a serem explorados, ávidos por consumir produtos relacionados ao esporte. Quantos serão no Paraná ? Em Mandirituba ? Em Paranaguá ? e assim por diante. Acredita-se que mais de 40% da população ativa num município faça parte deste “target” do esporte.
O valor de um clube é diretamente proporcional à sua torcida, contando, para tanto, com o número de torcedores e o seu respectivo poder aquisitivo, além de outros aspectos como a sua história, número de títulos, capacidade da produção de sua principal mão-de-obra, no caso jogadores.
Para reforçar este dado, o Flamengo e o Corinthians, dois dos maiores clubes de futebol com maior torcida no País somam juntos mais de 43 milhões de torcedores que com certeza possuem algum “souvinier”  do seu time.
No aspecto da participação popular há necessidade de se mudar o perfil do torcedor. Vamos envolvê-lo no nosso projeto fazendo dele um parceiro que torce pelo seu clube e também pelo sucesso do empreendimento. Vamos fazê-lo participar da empresa –futebol.
O consumidor final ou seja o torcedor representa o princípio de tudo no mercado do futebol, pois foi a partir dele que todos os outros agentes se transformaram em consumidores intermediários (são os produtores e vendedores de espetáculos esportivos e bens associados, a mídia, a loteria esportiva e empresas licenciadas que vendem produtos ligados ao espetáculo esportivo (bonés, fotos de campeão etc.)).
Capitulo III – A proposta
Propomos formar um consórcio, ou outra denominação que possa ser dado, entre o maior número de personalidades, instituições esportivas e demais componentes da sociedade civil para se firmar um pacto em prol do futebol paranaense.
Constitui-se um grande e representativo conselho que será responsável em avaliar, melhorar e gerenciar o projeto decidindo, dirimindo dúvidas e se posicionando como um “forum” de decisões para a execução do proposto.
Abrangerá os seguintes segmentos:
Ø  Clubes de futebol paranaenses;
Ø  Atletas profissionais de futebol;
Ø  Dirigentes dos clubes, das associações de classe, dos sindicatos de atletas e de jornalistas;
Ø  Dirigente da Federação Paranaense de Futebol;
Ø  Os patrocinadores;
Ø  Universidade do Esporte;
Ø  Instituições esportivas, escolas de educação física;
Ø  Profissionais da área esportiva, professores e estudantes;
Ø  Torcedores, etc.

Constituindo assim o Conselho Fiscal e Consultivo com os seguintes membros:
a.     Um representante da Federação Paranaense de Futebol -F.P.F.
b.     Um representante da Universidade do Esporte – U. E.
c.     Um representante do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Paraná (ou da Associação dos Cronistas Esportivos do Paraná –ACEP).
d.     Um representante do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado.
e.     Um representante do Clube Atlético Paranaense.
f.      Um representante do Coritiba Futebol Clube.
g.     Um representante do Paraná Clube.
h.     Um representante da promotora do evento (RPC Comunicação)
i.      Um representante da Associação de Defesa dos Consumidores –ADOC.
j.      Um representante da Ordem dos Advogados do Brasil –secção Paraná – OAB (e ou do Ministério Público).
Serão 10 membros representando dez entidades que simbolizam o extrato da sociedade civil voltado para o esporte os quais se reunirão sempre que convocados, numa agenda pré-definida. Serão escolhidos: um Presidente, um Vice-Presidente e um Secretário que ocuparão os cargos por dois anos, permitindo-se uma recondução.
Esta Diretoria designará um grupo executivo - GE, para administrar o funcionamento do projeto que constará de:
Ø  Um Administrador Esportivo (pós- graduado pela Universidade do Esporte);
Ø  Um Contabilista formado e com registro no Conselho Regional de Contabilidade;
Ø  Um Advogado especialista em Direito Esportivo.

O GE contará com assessoramento de estagiários da Universidade do Esporte; das escolas de Educação Física; de Comunicação Social; dos cursos de Administração de Empresas da Universidade Federal do Paraná; dos cursos de publicidade entre outros (estes através do encaminhamento do Centro de Integração Empresa – Escola (CIEE) e/ou órgãos similares.)
As despesas desta estrutura serão de responsabilidade inicialmente da Federação Paranaense de Futebol –FPF e, após 12 meses, o próprio projeto gerará receitas para se tornar auto-sustentável. A FPF também atuará como agente contratante até o projeto se tornar uma empresa de assessoria – prestadora de serviços à FPF.
Atribuições do GE na administração do projeto:
Ø  Zelar pelo fiel cumprimento do plano;
Ø  Listar, classificar e manter disponível as fichas e a relação dos atletas envolvidos em todas as fases;
Ø  Programar, convocar e realizar os sorteios nas diferentes fases do processo;
Ø  Controlar, aplicar e prestar contas dos recursos financeiros e materiais recebidos, mantendo equilibrado a receita e as despesas rigorosamente;
Ø  Cuidar e assessorar os aspectos legais em consonância com as legislações vigentes.
DESCRIÇÃO DAS FASES:
FASE I – QUANTO AO CEDENTE   
Os tres clubes da Capital (Coritiba, Atlético e Paraná Clube) disponibilizaram para o projeto uma lista de atletas.  Este grupo de jogadores formaram o que denominamos de Bolsa de Talentos ou BT. Os clubes citados serão denominados de Clubes-cedentes.
Bolsa de Talentos (BT) : trata-se de um grupo de jogadores que em seus clubes de origem não teriam chances de serem aproveitados devido ao excesso de atletas na posição, mas que o clube não tem interesse em dispensá-lo. Normalmente eles ficarão aguardando serem emprestados ou continuam treinando no clube até surgir uma oportunidade na outra temporada. São considerados craques emergentes, pois muitos são juvenis ou juniores e que prometem “estourar”  num futuro próximo. No entanto devido a esta falta de oportunidade no time de cima alguns ficam desestimulados e até acabam desistindo.
A passagem pela BT oferece a eles uma grande chance para que adquiram experiência e sejam expostos na vitrine do futebol paranaense mostrando e valorizando o seu talento nato.
A Bolsa de Talento funcionará como um balão de oxigênio para os clubes grandes, pois possibilitará renovar o plantel num menor espaço de tempo.
Detalhe importante da BT é que os atletas envolvidos continuam com seus direitos federativos vinculados aos clubes de origem. Somente se, num prazo de 18 meses após o retorno ao seu clube de origem para possível aproveitamento, ele for negociado com um outro clube, haverá uma compensação de 15% sobre a transação para o clube que o revelou.
Também se observa que durante o período que ele estiver emprestado ao clube do consórcio os salários, o seguro e os impostos regulamentares continuarão sendo pagos pelo clube de origem.
Haverá ampla divulgação e cobertura por parte da imprensa especializada para promover estes atletas e o projeto. A mídia e o departamento de marketing do projeto se encarregarão disso.
FASE II - QUANTO À RECEPÇÃO   
Os demais clubes do campeonato estadual serão inscritos no projeto como clubes-receptores. Essa situação permite que eles recebam da BT atletas, sem custo adicional, reforços significativos aos seus planteis, permitindo competirem com mais equilíbrio e com possibilidades reais de ganharem o campeonato.
Observa-se que a melhoria na qualidade do plantel torna os campeonatos mais disputados, atraindo mais público, mais renda e mais comerciável para os promotores e patrocinadores.
Há vantagens também que com estes reforços o clube melhora as chances de destacar sua marca, qualificando-se para melhor explorar os mercados locais, aumentando também as chances de revelar pratas da casa.
Apesar de não ter preferência de aquisição definitiva no jogador revelado por ele, o clube-receptor terá uma participação na transação futura que ocorrer com este atleta, num período de 18 meses.
Ao fazer parte do projeto, o clube do interior receberá a um custo subsidiado, toda assessoria técnica –científica dos profissionais que compõem o consórcio, como psicólogos, professores das universidades, administradores e advogados, enfim um rol de profissionais especializados que prestarão consultorias, assessorias e palestras para aqueles que os solicitarem. Há possibilidade de se estabelecer convênios com as faculdades de educação física, de medicina, etc., na contratação de serviços.
Faz –se o cadastramento dos atletas e profissionais (número variável conforme os interesses dos participantes) que forem disponibilizados pelos três clubes da capital elaborando-se uma lista com nomes, idades, posições, datas de vigência dos contratos, características pessoais etc., providenciando-se um protocolo para posterior sorteio. Por exemplo:
Atlético, Coritiba e Paraná cederiam jogadores (juvenis, juniores e profissionais disponíveis) que serão aproveitados pelos clubes do interior, mediante sorteio, servindo como reforço de qualidade, possíveis talentos cuja oportunidade pode ser a diferença entre a fama e o fracasso.
FASE III - QUANTO AO SORTEIO   
Realiza-se um sorteio em sessão pública, obedecendo a ordem do protocolo, com a participação da imprensa e autoridades esportiva, programando-se um grande esquema de marketing para promover o projeto a nível nacional. (Exemplo: Em Foz do Iguaçu com a presença do Ministro dos Esportes, Governador, Secretários, atletas, jornalistas, empresários, etc.)
Os administradores da Bolsa de Talentos apresentarão, para sorteio, uma relação nominal dos atletas por posição (zagueiro, goleiro e atacante).
O clube sorteado com determinado jogador poderá declinar e automaticamente passa a ter preferência o seguinte, e assim por diante. O jogador que recusar o sorteio sairá do projeto.
FASE IV - QUANTO AO RECEPTOR
O clube-receptor, como contra-partida, colocará todo o restante do seu plantel para formar um grande “cestão de profissionais” denominados de Carteira de Ações de Atletas Profissionais do Futebol Paranaense – CAAPFP.
Ao CAAPFP será atribuído um valor em reais pelo conjunto dos seus componentes conforme a seguinte tabela:
Goleiro:............................R$   50.000,00
Zagueiro:..........................R$   80.000,00
Atacante:..........................R$ 150.000,00
Então teremos:
Total em R$ = (n x R$G) + (n x R$ Z) + (n x R$A)
Por exemplo:
Supondo que no primeiro momento participem cerca de 8 equipes do interior e que estes disponibilizem (por força das regras) 15 jogadores cada. Seriam 120 atletas que conforme as posições (Zagueiros, Goleiros e Atacantes)
20 goleiros................ n x R$  G                Total ....... R$    1.000.000,00
15 zagueiros..............n x R$ Z                  Total ....... R$   1.200.000,00
85 atacantes .............. n x R$ A               Total ....... R$ 12.750.000,00
                        Total....................................................... .................. R$ 14.950.000,00
 Este seria o patrimônio da CAAPFP que divididos em 14.950.000 cotas representaria R$ 1,00 cada cota para ser comercializada com os torcedores. Estas cotas seriam comercializadas nos pregões, nas bilheterias dos estádios, nas trocas por notas fiscais em parceria com o Governo Estadual etc.
O CAAPFP totalizado e transformado em cotas estará disponível no Mercado Aberto de Ações para compra e venda junto aos torcedores.
FASE V - QUANTO À VALORAÇÃO
No decorrer dos jogos do campeonato uma equipe de jornalistas e profissionais especializados (da Capital e do Interior) elaborará um ranking, rodada a rodada com objetivo de eleger os destaques e formar, ao término, a seleção dos melhores do campeonato, participantes do projeto.
Essa etapa produzirá um efeito incentivador às performances dos jogadores, fazendo crescer o montante avaliado inicialmente do CAAPFP, valorizando os investimentos dos torcedores e também facilitando o acompanhamento dos olheiros dos tres clubes da Capital para futuras transações.
A seleção formada fará a entrega da faixa ao campeão estadual em jogo com renda dividida parte para o sindicato dos atletas ajudar os ex-atletas e a outra parte para uma entidade beneficente que cuida de crianças enfermas.
FASE VI - QUANTO À TRANSAÇÃO           
Quando ocorrer uma transação implicará numa imediata valoração da cota e com isto rendendo dividendos aos acionistas.
O atleta pertencente ao CAAPFP terá, obrigatoriamente, que ser negociado com um dos tres clubes da Capital, sempre mediante sorteio e pelo preço estipulado anteriormente, ou seja o da tabela e somente se não houver interesse destes é que poderá ser negociado com outros clubes até de outros Estados, isto a qualquer preço.
Caso o clube da Capital compre os direitos federativos e queira vendê-lo para terceiro, antes do período de 18 meses, terá que ressarcir o clube revelador em 15% do valor da nova transação.
FASE VII - QUANTO AO TORCEDOR          
O torcedor –investidor será aquele que adquirir cotas do CAAPFP:
Ø  junto às corretoras;
Ø  na compra de pacotes promocionais dos clubes;
Ø  na compra de pay-per-view das redes de TV;
Ø  na compra de ingresso no estádio;
Ø  na troca de Notas Fiscais em postos específicos.

Desta aquisição 20% irá ser rateado junto aos clubes do interior participantes do consórcio, 2% de taxa de administração e o restante será aplicado para saldar os compromissos da liquidação ou do pagamento dos lucros aos acionistas.
FASE VIII- QUANTO À MANUTENÇÃO     
A manutenção e funcionamento do projeto serão feitos pela receita de 2% em todas as transações de jogadores, em percentuais das compras de papéis pelos acionistas, nas negociações com os patrocinadores, na exploração da marca e venda de royalty e nomes devidamente autorizados: como por exemplo na comercialização da patente do projeto, nas parcerias com empresas privadas, na participação dos promotores dos eventos, enfim em tudo que gerar valores agregados ao projeto. 
FASE IX - QUANTO À CONTINUIDADE                             
Ao término do campeonato reinicia-se o processo mantendo-se os mesmos procedimentos.
As vantagens e os beneficiários:
Ø  o torcedor
Irá assistir aos espetáculos não só pelo prazer mas também com interesse nos resultados financeiros de cada rodada.
Poderá acompanhar como acionista e investidor envolvendo-se nas entranhas do futebol profissional agindo como fiscalizador das atividades dos dirigentes.
Terá mais segurança e conforto nos estádios pois haverá mais recursos para melhorá-los e contará também com a aplicação do código de defesa do torcedor a ser implantado.
Ø  Promotores do Campeonato
Retorno financeiro na venda de jogos pela televisão.
Campeonato mais disputado; maior interesse do público telespectador na compra de pacotes PayPerView.
Melhora nas vendas de comerciais.
Ø  Federação Paranaense de Futebol
Ineditismo da idéia a nível nacional.
Mais uma fonte de renda e o envolvimento através de parcerias de novos talentos da sociedade esportiva paranaense.
Aumento do grau de responsabilidade de gerenciamento e de resgate de imagem.
Respeito institucional perante a sociedade civil.
Ø  Os Clubes de Futebol
Os tres da Capital
Maior exposição dos seus atletas -talentos em competição oficial;
Aumento de chances em negociar seus jogadores que estariam fora da lista dos aproveitáveis;
Ter à disposição uma reserva especial de talentos para qualificar suas equipes ao final da temporada, por preços razoáveis;
Aumento da renda dos jogos e através das ações um atrativo a mais para os pacotes promocionais;
Oportunizar o crescimento do futebol paranaense, capitalizando mais torcedores e conseqüente aumento da venda de suas marcas.
Os demais clubes
Melhorar seu plantel sem custos adicionais;
Participar de um campeonato rentável e moderno;
Contar com auxílio de profissionais de diversas áreas esportiva, saúde, psicológica e legislação, através de convênio com instituições especializadas, como a U. E. a custos subsidiados;
Contar com o interesse e a cobertura da mídia, que acompanhará a performance dos clubes e dos talentos colocados no projeto;
Comercializar com os clubes da Capital seus valores com ganhos também na segunda transação.
Aumentar as chances de ganhar o campeonato pelo equilíbrio das forças;
Qualificar seus dirigentes e demais profissionais através do intercâmbio entre a Universidade do Esporte e órgãos afins.
Obter uma renda adicional devido a participação no CAAPFP;
Melhorar a sua participação na divisão de cotas da transmissão de seus jogos pelo aumento do interesse do público esportivo;
Captar ou melhorar a relação com patrocinadores de material esportivo, de equipamentos junto à sua comunidade e seus torcedores.
Ø  Patrocinadores
Aumento de consumo de seus produtos pela melhora da qualidade do espetáculo.
Aumento de praças para colocar sua marca, a custo menor.
Ø  Universidade do Esporte
Executar a teoria numa prática inovadora ao participar de um projeto criado dentro da sala de aula;
Oferecer aos seus acadêmicos a possibilidade de estágio remunerado na aplicação dos seus conhecimentos.
Expansão da instituição como prestadora de serviços.
Aumentar a receita com a realização de parcerias e serviços de consultoria aos clubes do interior – atuar como uma prestadora de serviços à comunidade esportiva.
Reciclar suas teorias com o confronto da realidade, promovendo troca de informações e usando o projeto como estação de laboratório para desenvolver novas teorias.

Ø  Instituições civis (organizados ou não)
v Sindicato dos Atletas Profissionais
Aumento da oferta de empregabilidade dos seus filiados no Estado.
Atuação efetiva como órgão de classe a serviço da categoria.
Fiscalizar a ação dos empregadores.
v Ordem dos Advogados do Brasil e /ou Ministério Público
Utilização de profissionais no desenvolvimento do Direito Esportivo como disciplina ou como área a ser explorada;
Atuar como órgão fiscalizador e árbitro nos eventuais conflitos entre as partes, dirimindo dúvidas e promovendo jurisprudência;
v Associação dos Cronistas Esportivos
Atuar como órgão fiscalizador;
Promover mecanismos de ingresso na carreira de estagiários da área de comunicação social.
v Mercado de Ações
Criação e organização de novos nichos de mercado e de tipos de papeis;
Alternativa de mercado e instalação de novas câmaras de operações. 
Ainda sobre a perfeita sintonia deste projeto com as teorias, vejamos o que diz Mike Johnson no seu texto sobre a “Administração no próximo milênio”.

– a vantagem competitiva da empresa do próximo milênio será o conhecimento, o aprendizado contínuo, a capacidade de inovar, de antecipar-se às tendências do mercado mundial, de fazer alianças que não se justifiquem apenas como uma forma de entrar em determinado mercado e de terceirizar quando isso se adequar a um plano estratégico, não por representar menor custo[15].
Perfeito! Nada mais do que o encaixe de todas essas observações com a diferença de que já estamos no terceiro milênio.

Conclusão

O MILAGREIRO MARKETING
Philip Kotler definindo Marketing, diz que: “é um processo social e administrativo pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e o que desejam através da criação e troca de produtos e valor com outras pessoas”, e ao propormos uma parceria entre os competidores e os diferentes segmentos do extrato esportivo paranaense, estamos nada mais que aplicando o conceito de Kotler, ou seja, passa a ser um movimento da sociedade acompanhada de procedimentos administrativos e político visando à promoção do atleta (bolsa de talentos), a  prestação de serviços pela Universidade do Esporte e outros profissionais e a formação e funcionamento da CAAPFP (cestão de investimentos) que objetiva render dividendos aos aplicadores.
A lei do marketing diz: “o maior patrimônio de uma empresa é um cliente satisfeito. Este é o melhor indicativo de lucros futuros da empresa”.
Portanto se considerarmos o clube como a empresa o seu público - o torcedor, ele estará satisfeito se o seu time estiver na ponta do campeonato e a sua satisfação traduz em maior consumo dos produtos licenciados do clube, um aumento significativo na quantidade de público nos estádios em seus jogos e a elevação nos níveis das suas ações no mercado investidor. Isto está previsto  no projeto.
É fundamental para o êxito do projeto, para realização do evento - a ousadia, pois temos:
O negócio:     Campeonato Estadual de Futebol Profissional
A missão:       promover o equilíbrio técnico –administrativo e financeiro entre os clubes participantes do Campeonato, através da formação da Bolsa de Talentos - BT, e torná-los financeiramente fortes, assim como seus torcedores, com a implantação do mercado de ações da Carteira de Ações de Atletas Profissionais de Futebol do Paraná -CAAPFP.
O Target:       O torcedor.
Um dos componentes necessário  neste processo é, sem dúvida, a Assessoria de Imprensa que se constitui em uma das mais importantes estratégias de comunicação no MKT esportivo, divulgando o evento junto ao público formador de opinião. É uma peça componente de uma ação de marketing, cujo objetivo é o de assumir toda comunicação editorial do produto esportivo, coordenando e distribuindo informações, destacando o lado empresarial do produto esportivo como objeto de destaque em sugestões de pauta, redação de notas e entrevistas.
Ao fazer a leitura de embasamento teórico encontramos premissas que dizem exatamente o que estamos propondo, senão vejamos:

MODERNIZAÇÃO NA GESTÃO DOS NEGÓCIOS DO ESPORTE

1.     Adoção de novas e radicais estratégias de MKT;
1.1.  Busca de posicionamento e conceituação da marca;
1.2.  Reestruturação organizacional;
1.3.  Gestão de Recursos Humanos;
1.4.  Terceirização de serviços que não são negócios de empreendimento;
1.5.  Busca do ponto de equilíbrio financeiro
1.5.1.              Estabilização do prejuízo
1.5.2.              Corte das despesas
1.5.3.              Aumento da receita
1.5.4.              Abertura de Capital/ Investimentos
2.     Busca de parceria com os meios de comunicação
3.     Desenvolvimento de novos empreendimentos
4.     Prospecção de novos negócios
5.     Aprimoramento e otimização de calendário de eventos
6.     Prestação de melhores serviços
7.     Capacitação de recursos humanos

Quanto ao item 1 a proposta procura resgatar o conceito da marca “Campeonato Paranaense”, ou então em outra instância, a marca de cada um dos filiados da Federação Paranaense de Futebol que participa do Campeonato, pois tanto um como os outros estão em baixa, pelos motivos já descritos. Faz isto propondo uma reorganização na forma de conduzir o torneio e também as equipes, com a  profissionalização das gestões e a transformação dos clubes em clubes- empresas.
    Mexe também com RH da FPF e dos Clubes, numa modernização dos procedimentos. Podemos considerar que o atleta sofrerá modificações no seu comportamento, quanto à sua instrução formal (a profissionalização vai até na escolarização dos jogadores); quanto à sua compreensão do seu papel social; quanto à sua postura como personalidade pública etc.
Para atender o item seguinte  mostramos que muito dos serviços executados deverão ser terceirizados, como as palestras, as assessorias técnicas, os cursos aos técnicos e auxiliares sobre psicologia e motivação, enfim toda as formas de qualificação dos recursos humanos dos clubes.
Quanto a busca do Ponto de Equilíbrio é o propósito do êxito do programa até para a sua continuidade.
A novidade maior é a entrada do futebol no mercado de ações. A formação inicial de uma Carteira de Ações e que futuramente levará a entrada dos próprios clubes a se transformarem em Sociedades Anônimas –S.A.
Quanto à busca de parceiro na mídia ela se dará não só na convocação do patrocinador do Campeonato que envolve uma boa soma de recursos mas também no envolvimento do rádio e da imprensa escrita do interior para participar e para compor junto com a Associação dos Cronistas Esportivos do Paraná – ACP o Conselho Fiscal na operação Bolsa de Talentos -BT.
Quanto aos novos empreendimentos eles aparecem quando deixamos aberto o projeto para sugestões e quando temos como um dos  articuladores a Universidade do Esporte –o parceiro técnico-científico do empreendimento.O responsável pela geração de idéias.
Os demais itens por si só justificam sua presença.
No entanto para implantar o projeto temos que observar:
v Diagnóstico – feito quando a elaboração deste trabalho
v Elaboração do plano: – o que representa estes manuscritos
v Divulgação: –importância já evidenciada
v Implantação do plano : – próxima parada
v Monitoramento: – A garantia do sucesso.

É essencial ganhar dinheiro mas aqueles que estabelecem isto como objetivo principal, geralmente ganham menos do que os que se concentram em providenciar um produto ou serviço que satisfaça a algum segmento da sociedade.
1.     O desafio lançado no inicio deste trabalho foi aceito e uma resposta foi dada. O “impulso para melhorar” foi o sentimento presente e permanente em todas as incansáveis horas que dediquei, sempre com objetivo de prestar um serviço à comunidade esportiva do Paraná.


[1] CONTURSI, Ernani Bevilaqua. Marketing Esportivo.
[2] ELIAS, Norbert. Introdução a Sociologia.
[3] BRUNORO, José Carlos, AFIF, Antônio. Futebol 100% profissional.
[4] AIDAR, Antônio Carlos Kfouri; OLIVEIRA, João José de; LEONCINI, Marvio Pereira.
[5] TAYLOR, Robert ª Como escolher e usar uma consultoria de seleção de executivos.
6, 7, 8 JORNAL O Estado do Paraná. Edição de 17/02/2003.


[9] BRUNORO, José Carlos. AFIF; Antônio. Futebol 100% profissional.
[10] AIDAR, Antônio Carlos Kfouri; OLIVEIRA, João José de; LEONCINI, Marvio Pereira.
11, 12  BRUNORO, José Carlos. AFIF; Antônio. Futebol 100% profissional.

[13] SZYMANSKI e KUYPERS
[14] SZYMANSKI e KUYPERS
[15] JOHNSON, Mike. Administração no próximo milênio.